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Mas não; alto prodígio se levanta;
Providente Natura
Companheiro me envia; alado vate,
Homero da floresta,
Em melódico metro, o estro exalça,
Meus suspiros conforta, adoça as mágoas.

Salve, oh vate Rouxinol,
Salve, à luz misteriosa
Deste archote, que de noite
Faz a terra duvidosa.
Salve, oh Lua alvinitente,
Mãe de amor, do vate amante,
Do silêncio grata esposa,
Salve, salve neste instante!

Mas quem turba teu manto de silêncio,
E a voz levanta em prolongado ronco?
São as do Anio
Tartáreas águas,
Que sempre vivem
Quais minhas mágoas.
Da história imagem,