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No fogo da mocidade,
Nessa estação da alegria,
Cantava gratas mentiras,
Amores qu'eu não sentia.

Às vezes também chorava;
E tu, oh lira pressaga,
Já teu destino previas,
E o pranto que ora te alaga.

Qual na rosa que emurchece
Seca o orvalho que a aljofrava,
Assim secou-se em meus lábios
O riso que os enfeitava.

Minha voz enrouqueceu-se,
Meu coração enlutou-se,
E o astro que me aclarava
Em densa treva nublou-se.

Antes que o sopro do tempo
Murchasse a flor de meu rosto,
A palidez já o tinge,
Causada pelo desgosto.