Cadeia que nos arrasta,
Turbilhão que nos devora.
Eis a vida!... E depois?... Mistério horrível!
Infinito, onde o espírito se perde,
Como um átomo no espaço;
Deserto, onde vagueia a fantasia,
Repouso, e asilo incerta procurando,
Como nos areais da ardente Arábia
O peregrino afadigado busca,
Para a sede aplacar, mesquinha fonte,
E um ramo que lhe abrigue os lassos membros.
Talvez que amanhã se ultime
A sentença do proscrito,
E que livre das cadeias,
Vagueie nesse infinito.
E quem sabe se a voz da Eternidade
Agora me revela,
Que este manto, que enoita a Natureza,
Como do esquife o mortuário pano,
Para sempre a meus olhos cobre a terra?