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SUSPIROS POETICOS.

Donde vem esta voz? — Não é de virgem,
Que ao prazo dado o bem amado aguarda,
E mavioso canto aos céos envia:
Esta voz tem mais grata melodia!

Donde vem esta voz? — Não é dos Anjos,
Que leves no ar adejam,
E com hymnos alegres se festejam,
Quando uma alma innocente
Deixa do barro a habitação escura,
E na siderea altura,
Como um astro fulgente
Penetra de Adonai o aposento;
A voz que escuto tem mais triste accento.

Como d’ara thurícrema se exalça
Nuvem de grato aroma que a circunda,
E lenta vai subindo
Em faxas ondeantes,
Nos ares espargindo
Particulas fragrantes,
E sóbe, e sóbe, até no céo perder-se,
Tal de mim esta voz parece erguer-se.