O esposo à esposa; e ao malfadado escravo,
Que sem futuro pelo mundo vaga,
Mostras a liberdade, e o lar paterno;
E a cada simulacro que apresentas,
Com farpado aguilhão rasgas o peito
Do triste que te sofre;
E nos olhos sanguíneos, encovados,
Não lágrimas destilas,
Mas fel, só atro fel, bárbara, espremes.
Oh saudade! Oh martírio de alma nobre!
Malgrado o teu pungir, como és suave!
Como a rosa de espinhos guarnecida
Aguilhoa, e apraz co'o doce aroma,
Tu feres, e mitigas com lembranças.
Mas ah! o teu espinho ainda é mais duro;
E essas tuas lembranças são falaces,
Flores são que o punhal de Harmódios cobrem.
Para agora oprimir-me tudo se ergue;
Tudo agora de encantos se reveste,
Para mais agravar minha saudade.
Sítios qu'eu desdenhei, sítios que amava,