Oh saudade! Oh saudade!
Minhas endechas mal carpidas colhe;
Dá-me um lúgubre som, como o das vagas
Que nas praias se quebram
Sem ordem, como os meus chorados cantos;
Uma voz sepulcral, como a da rola
Que em solitária selva se lamenta;
Um acento funéreo, um eco lúgubre,
Como o eco das grotas, quando a chuva
Goteja reboando.
Ah! corram minhas lágrimas, ah! corram
A quantos meus gemidos escutarem.
Oh saudade! Oh saudade!
Pois que em minha alma habitas,
E sem cessar me lembras pais, e Pátria,
Minhas tristes endechas serão tuas,
Saudade, serei teu... Saudade, és minha.