Quando o vento em furor açouta as comas
Dos brasílicos bosques, voz tremenda
Igual a do trovão ao longe atroa,
E uma nuvem de flores se levanta,
Que o ar com seus eflúvios embalsama;
Assim, quando te agita o entusiasmo,
Dos lábios teus emana alma torrente
Troante e recendente de perfumes.
De mágico poder depositário,
Qual um gênio entre os homens te apresentas.
Ante ti não há rei, nem há vassalo;
Tu nos homens só vês virtude, ou vício.
Como um déspota, ufano em teus delírios,
Uns cercas de imortal auréola tua,
Outros condenas ao opróbio, e à morte.
Umas vezes soberbo, impetuoso,
Qual águia que sublime o céu devassa,
E do céu sobre a terra os olhos desce,
Teu ígneo, alado gênio, no ar suspenso:
Não, oh mortais, não vos pertenço, (exclama)