Da civil guerra, e da discórdia o grito.
Mas quando à Pátria o inimigo insulta,
Armando o braço, e reforçando o peito,
No meio dos combates te arremessas,
Como o raio que estronda, e fere, aclara,
E após teus cantos a vitória marcha.
Vate, o que és tu? És tu mortal ou Nume?
Que Deus te abala o peito, e te enfurece,
Quando, como um vulcão que estoura em lavas
Que acesas rolam, tua voz desatas?
Oh como é grande o Vate, que arrojado
Da terra s'ergue como a labareda,
E vagando no céu como um meteoro,
Dos lábios solta a voz, e a vibra em raios,
Que o vício, e o crime ferem, pulverizam!
Canta, oh Vate! sagrados são teus cantos;
Canta, que o céu te inspira, o céu te inflama;
Canta, que apesar seu, te escuta o mundo,
E o vício de te ouvir treme de medo.