Casto fogo de amor, que interno a lavra,
E a Deus a sobe em espontâneo culto.
Não, o medo não foi quem sobre a terra
Os joelhos dobrou do homem primeiro,
E as mãos aos céus ergueu-lhe! Não, o medo
Não foi o criador da Divindade!
Foi o espanto, o amor, a consciência,
E a sublime efusão d'alma, e sentidos!
Viu o homem seu Deus por toda parte,
E sua alma exaltou-se de alegria.
Mas no amoroso êxtase não pára,
A interna adoração só lhe não basta,
Não se farta de amor, que amor sagrado
É invencível, poderosa força,
Que o espírito levanta ao infinito,
Como a atração os orbes equilibra
Na imensidade, a que escapar não podem.
Deve o espaço conter a sacra imagem
De sua adoração, devem os filhos,
Os netos devem nas futuras eras,
Vendo esta imagem, adorar o Eterno.