Oculta mão estendes caridosa:
Sempre consoladora, afável sempre,
Que mal há aí, que em ti cura não ache?
Ao som de tua voz misteriosa
Os errantes selvagens suspenderam
As mãos de sangue tintas, e prostrados
Sobre a terra, até ali inculta e brava,
A insólita voz tua repetiram
Em espontâneo arroubo. — A Natureza
Riu-se então, quando viu pela vez prima
Um homem abraçar o outro homem,
E em socorro comum viver jurarem.
Quis o homem tecer os teus louvores,
E a primeira palavra foi um hino,
O primeiro discurso Poesia.
E o homem, que até ali solto vagava,
Fraco, impotente entre animais ferozes,
Pelo místico cântico atraído,
A bronca penedia abandonando,
A viver começou em sociedade.