Mas por que um suspiro inopinado
O canto me interrompe?...
Por que se apagam de meu gênio as asas,
Que expandidas nos ares flamejavam,
E esmorecidas caem, qual ferida
Pela seta do Índio
Soberba arara, no celeste vôo,
Em vórtices gemendo baixa à terra?
Oh Mocidade, ouvi, não meus acentos,
Mas a voz da verdade,
Que em minha alma troveja,
E me abala dos ossos a medula.
Vós sois como uma flor não bafejada
Pelo sopro vital da primavera,
Que malnascida, lânguida se inclina.
As lágrimas do mísero cativo
Caíram sobre vós, quando embalaram
Vosso berço seus braços;
Sangue do cativeiro alimentou-vos;
O vício dele herdastes,
Senhores vos julgais, e sois escravos.
Entre feras nutrido, é fera o homem;