A UM POETA

Longe do esteril turbilhão da rua,
Benedictino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciencia e no socego,
Trabalha, e teima, e lima, e soffre, e súa!

Mas que na fórma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nüa,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

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