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A MÁSCARA DA MORTE VERMELHA



No final do quinto ou sexto mês de reclusão a peste grassava ainda mais furiosamente no exterior e o príncipe Prospero decidiu entreter seus mil amigos com um baile de máscaras da mais extraordinária magnificência.

Era uma cena voluptuosa aquele baile de máscaras. Mas, primeiro, deixe-me falar das salas em que o baile foi realizado. Eram sete suítes imperiais. Em muitos palácios essas suítes são ordenadas de forma a constituir uma vista longa e reta, de modo que quando as portas são abertas, é possível obter ver toda a extensão. Aqui o caso era muito diferente, como era de se esperar do amor do príncipe pelo bizarro. As salas eram tão irregulares que a visão alcançava apenas um pouco de cada vez: havia uma curva acentuada a cada vinte ou trinta metros e a cada curva um novo efeito. À direita e à esquerda, no meio de cada parede, uma janela gótica alta e estreita dava para um corredor fechado que seguia a sinuosidade da sala. Essas janelas eram vitrais cuja cor variava de acordo com o tom predominante das decorações da câmara em que se abriam. A primeira sala, isto é, aquela da extremidade oriental, por exemplo, era azul, e suas janelas consequentemente eram vividamente azuis. A segunda câmara era roxa em seus ornamentos e tapeçarias, e as janelas eram roxas. A terceira era verde por toda parte e as armações dos vitrais também. A quarta era mobiliada e iluminada com laranja - a quinta com branco - e a sexta com violeta. O sétimo salão estava envolto em tapeçarias de veludo preto penduradas por todo o teto e pelas paredes, caindo em dobras pesadas sobre um tapete do mesmo material e cor. E, apenas nesta câmara, a cor das janelas não correspondia às decorações: os painéis eram escarlates - cor de sangue profundo. Em nenhuma das sete salas havia lâmpada ou candelabro pendendo do teto ornamentado a ouro. Não havia nenhuma luz emanando de lâmpadas ou velas dentro do conjunto de câmaras. Mas nos corredores que seguiam a suíte, em frente a cada janela, havia um tripé pesado, com um braseiro de fogo, que projetava seus raios através do vidro colorido e iluminava cintilante a sala. E assim foram produzidas uma infinidade de exuberantes