já não se contavam. Arriscar-se estouvadamente o moço fazendeiro, e salva-lo com fria intrepidez o rapaz, era fato comezinho e trivial na existência de ambos.
Assim nem Luís já agradecia aquilo, que passava entre eles por um serviço tão fácil como de arrear-lhe o animal; nem Jão se julgava com o menor título ao reconhecimento de seu patrão, por ter feito uma coisa, que lhe fava a si mesmo prazer e satisfação.
Luís Galvão era magano e fragueiro; gostava de bulir com as raparigas e pregar peças aos caipiras. Daí resultavam constantes desavenças, em que Jão, para defender o moço, tinha necessidade de desancar os assaltantes, pagando em muitas ocasiões com a pele as aventuras galantes do jovem patrão.