mas dela mesma o seu tato delicado soube tirar partido.

A beleza de Linda era para a imaginação ardente e poética de Miguel uma linda imagem sem calor e sem luz; estátua de jaspe imersa na sombra. Berta o compreendeu; e fez de sua alma a centelha que devia animar o mármore.

Inspirado artista, ela tirou de sua graça, como de uma rica palheta, as cores mais mimosas para retocar a figura vaga e suave de Linda. Vazou nos lânguidos olhos da amiga as rutilações de sua pupila brilhante; e enflorou com o seu feiticeiro sorriso os lábios onde se aninhara o suspiro.

De cada vez, um traço do ideal se estampava na fantasia de Miguel, que muitas vezes surpreendia sua alma na contemplação dessa virgem desconhecida, em que