Matar a frio, maquinalmente, como o carniceiro faz à rês, e o caçador à perdiz, isso não o poderia; repugnava-lhe; tinha nojo ao cruor.

Foi nestas condições que um ricaço, informado da valentia de Jão, o tomou para capanga; e bem precisava ele, que não lhe faltavam inimigos. O preceito do Evangelho é "não fazer aos outros o que não queremos nos façam". Daí tinha o mandão extraído uma regra para seu uso, a qual em sua opinião, era apenas o complemento da máxima cristã. "Façamos aos outros o que eles nos pretendem fazer", dizia ele; e sem o menor escrúpulo, com perfeita serenidade de consciência, ia aviando os seus inimigos, para não lhes morrer às mãos.

Eis o homem a cujo serviço esteve Jão durante algum tempo, não só pela necessidade