se trespassado pelo desprezo que vertia no sorriso acerbo esse coração nobre e puro, sublevado pela indignação. De repente começaram a tremer-lhe os músculos da face, como os ramos do pinheiro percutidos pela borrasca; e as pálpebras caíram-lhe, vendando-lhe a pupila ardente e rúbida.
— Estavas aqui para matar alguém? perguntou a menina com um timbre de voz, semelhante ao ringir do vidro.
Respondeu o capanga com uma palavra, que em vez de sair-lhe dos lábios, aprofundou-se pelo vasto peito a rugir como se penetrasse em um antro.
— Estava.
— Que mal te fez essa pessoa?
— Nenhum.
— E ias assassiná-la?
— Pagaram-me.