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Este grande melhoramento tambem aproveita muito as aguas do Caxambú, e as outras fontes gazosas de Minas Geraes, por ser a dita estrada a mais transitada pelas pessoas, que da capital do Imperio e da provincia do Rio de Janeiro se dirigem ás paragens, onde existem as fontes.
No povoado do Caxambú, igualmente notavel por sua salubridade, fizerão-se em 1868 diversas obras para tornar mais commodo e efficaz o uzo das aguas. Canalisou-se o rio Bengo, que outróra desde o mez de novembro até o de maio prejudicava a pureza das aguas; e nesse mesmo anno construio-se um edificio balncario. Edificarão-se tambem seis pequenos chalets, que protegem igual numero de fontes, permittindo o seu uso em todas as estações. As fontes assim beneficiadas são as seguintes:
A de D. Pedro II contendo agua muito gazosa e pouco alcalina, indicada em bebida e banhos, para dispepsias e soffrimentos chronicos do estomago e intestinos.
A de D. Thereza, de agua gazosa, brandamente ferrea e recommendada nas obstrucções das visceras, chloroses, e outras enfermidades.
A do Duque de Saxe contendo agua muito sulphurosa, algum tanto gazosa, prescripta por suas qualidades especiaes, nas lesões chronicas do utero e soffrimentos nephriticos.
A de D. Leopoldina contendo agua gazosa, aconselhada pelo mesmo motivo para o soffrimentos chronicos intestinaes.
A do Conde d'Eu composta de agua muito ferrea, gazosa, em pequena quantidade; uzada com muito proveito nas anemias e chloroses antigas.
A de D. Isabel, pouco ferrea e gazosa, em pequena quantidade; applicada principalmente nos incommodos chronicos do figado, baço e nos accidentes nervosos em geral; na chlorose e outras enfermidades.