haviam apertado fortemente e impelidos pra diante se juntavam ao jeito de um focinho; o rosto destilava gordura; e, ajudado isto pelo seu físico, tudo nele era de um colossal suíno.
— O que pretendes fazer dela? Dize lá.
— É boa... Que pergunta! Prová-la, enfeitá-la, enfeitá-la e "lançá-la" E é pouco?
— Não! Acho até que te excedes. Vê lá, tu!
— Hein? Oh! Não! Tenho gasto pouco. Um conto e pouco... Uma miséria!
Acendeu o charuto e disse subitamente, ao olhar o relógio:
— Vou buscá-la de carro, porquanto vamos ao cassino, e tu me esperas lá, pois tenho um camarote. Até já.
Saindo o seu amigo, o coronel considerou um pouco, mandou vir água Apolináris, bebeu e saiu também.
Eram oito horas da noite.
Defronte ao café, o casarão de uma ordem terceira ensombrava a praça parcamente iluminada pelos combustores de gás e por um foco elétrico ao centro. Das ruas que nela terminavam, delgados filetes de gente saíam e entravam constantemente. A praça era como um tanque a se encher e a se esvaziar eqüitativamente. Os bondes da Jardim semeavam pelos lados a branca luz de seus focos e, de onde em onde, um carro, um tílburi, a atravessava célere.
O coronel esteve algum tempo olhando o largo, preparou um novo charuto, acendeu-o, foi até à porta, mirou um e outro transeunte, olhou o céu recamado de estrelas, e, finalmente, devagar, partiu em direção à Lapa.
Quando entrou no cassino, ainda o espetáculo não havia começado.
Sentou-se a um banco no jardim, serviu-se de cerveja e entrou a pensar.
Aos poucos, vinham chegando os espectadores. Naquele