que, mais tarde, algum conhecido descobrisse ali a sua assinatura, escreveu simplesmente "Júlia" em letras tortuosas, mas o crioulo insinuou sorrindo:
— É o nome todo, minha senhora.
Tomou de novo a pena e completou a assinatura.
Logo o crioulo apresentou-lhe uma folha de papel implorando alguma coisa para o irmão Norberto, "que continuava enfermo, cercado e filhos". Ela deu-lhe uma nota, limitando-se a escrever na lista: Uma cristã. Felícia adiantou-se.
— Vamos, minh'ama. - Dona Júlia dirigia-se para a frente da sala quando a negra a deteve: É por aqui. Lá é para os homens.
Renques de cadeiras ocupavam todo o recinto abrindo uma estreita passagem central. As primeiras filas eram exclusivamente destinadas às mulheres. Dona Júlia sentou-se junto duma negra magra, de trunfa, que cabeceava com uma garrafa ao colo. Da sombra triste e calada rompia, de quando em quando, uma tosse rouca.
A sala não tinha outro ornamento senão as estrelas de ouro no papel azul que a forrava, dando-lhe aspecto celestial. Ao meio do teto havia um embrechado de madeira como um imenso ralo, braços de gás pendiam de ponto em ponto. Duas portas ao fundo - a da esquerda fechada, a da direita aberta sobre escuro corredor. Estantes carregadas de livros ladeavam a grande mesa pousada sobre