— É o senhor que fugiu daqui?
— Não...
— Por que não tem aparecido?
— Trabalhos.
— Faço idéia!
— Palavra. Estou com os estudos.
— Então não pode tirar uma hora, ao menos, para ver a gente?
— Vontade não me falta.
E, folheando distraidamente o almanaque, sorria.
— Gosta com muito açúcar?
— Não muito.
Soaram passos no corredor e Ritinha, afastando a cortina, passou o braço roliço oferecendo a xícara de café. O estudante, não lhe podendo ver o rosto, perguntou:
— Está com vergonha de mim?
— Uê... Vergonha? Vergonha por quê? Eu, não!
— Então por que não aparece?
Um risinho infantil foi a resposta, logo depois, o rosto risonho da mulata mostrou-se, com os olhos muito pretos e vivos, a boca vermelha e úmida entreaberta descobrindo os dentinhos brancos que reluziam.
— Quem é bonita assim não se esconde.
— Bonita! Eu?! coitada de mim! Quem perdeu boniteza para eu achar?
Paulo tomou a xícara e pôs-se a chuchurrear