com o perdido. Suspirou.
— Qual! Deus não tem pena de mim...
Eram onze horas quando bateram à porta. Felícia não estava, tinha ido à venda. Dona Júlia estremeceu: "Quem será, meu Jesus..." Espiou por entre as rexas da rótula e empalideceu reconhecendo o cobrador da casa. Para evitar o escândalo abriu a porta, convidou-o a entrar, muito vexada, dizendo "que o filho saíra para receber".
O homem mirou-a sacudindo o berloque da corrente.
— Mas eu não posso estar a fazer esta caminhada todos os dias, minha senhora. Anteontem a senhora disse-me que seu filho iria levar-me o dinheiro: não foi... Francamente, isto já parece caçoada.
— Tenha paciência; a vida está hoje tão difícil...
— Ah! sim...
— Ele vai hoje, talvez já tenha ido.
— Eu é que não volto cá; diga-lhe isto mesmo. E, com um risinho mau: Começa bem, não há dúvida: logo no primeiro mês. Ao sair, declarou: Que iria ter com o fiador se até a tarde não recebesse o dinheiro.
— Tenha paciência, meu senhor.
— Passe bem.
Deu as costas e foi resmungando. Dona Júlia ficou como sufocada e fechando a porta, atirou-se ao