— Varrida.
Houve um silêncio. Os dois olhavam-se embaraçados.
— E tu? perguntou por fim Violante.
Paulo deu d'ombros.
— Por aqui, lutando sempre. De repente: Por que não vais ver mamãe?
— Tenho vergonha. Ela fala em mim?
— Se fala em ti...!
— Coitada!
— E tu não estás arrependida, Violante?
— Eu? - acenou com a cabeça negativamente. - Arrependida, por quê? Esta vida tem as seus aborrecimentos, tem; mas a gente não é obrigada a aturar um homem de que não gosta. Serve? muito bem; não serve? adeusinho. Sempre é outra coisa. Não nasci para o casamento... - e fez um momo de enjôo.
— Afinal... com quem saíste?
— Com um moço. Não conheces. Podia ter casado com ele - era bonito, rico e adorava-me; não quis. Não imaginas - uma fúria de ciúme. Eu não tinha licença de abrir uma janela. Sofri horrores! Hoje vivo tranqüila, nada me falta e tenho o melhor que é minha liberdade. Vou aonde quero, faço a que me dá na cabeça. Os outros... - encolheu os ombros com desprezo esticando um beicinho. - Não me importo com o mundo. Sei que falam, que não me poupam: que sou isto e aquilo, mas se eu fosse pedir aos tais um pedaço de pão viravam-me as costas. Conheço