hora já a sua pobre irmã..." Deteve-se subitamente, sustado por uma cólera violenta, d'olhos cravados no chão; trincou os lábios e um impropério saiu-lhe da boca ressecada. "E a pobre velha? Que seria dela com tamanho choque?"
Ouviu um tinido de campainha através do surdo rufar da chuva, voltou-se sôfrego: nada! Pôs-se de novo a caminho, com mais ânsia, pelo meio da rua. Um Bêbedo resmungava, chafurdando nas poças, aos trancos.
Passando por uma casa baixa, iluminada, ouviu falas. Sobressaltou-se-lhe o coração num presságio. Talvez estivesse ali. Parou um momento, à escuta, e, atrevendo-se, espiou pelas frestas da persiana e viu, no meio da saleta triste, sobre uma mesa, um pequenino caixão entre velas. Uma mulher contemplava-o chorando e, em volta, outras mulheres, sentadas, cochichavam. Foi-se.
Não! Violante devia estar em algum sítio confortável, algum hotel de luxo, com o sedutor. Conhecia-a bem. Não sairia senão com quem lhe pudesse dar o fausto com que sonhava, vendo as gravuras dos figurinos ou lendo as descrições dos romances. Bem certo estava de que a irmã só se deixara arrastar à infâmia por vaidade, calculadamente, não por impulso d'alma.
Dobrou instintivamente a Rua da Constituição. Os seus passos ressoavam na rua deserta sem que ele os ouvisse, atordoado com os pensamentos que lhe trabalhavam o espírito. Tomou pela Rua do