acordara, coçando com fúria a grenha hirsuta, engrolava escarros.
— Paulo Jove, estudante de medicina. - Já o homem caminhava quando, adiantando-se, ele ajuntou, em tom confidencial: Olhe, diga que sou do Equador. Tenho urgência, é um caso grave.
O homem correu o reposteiro e desapareceu. Paulo voltou à escada, encostou-se à balaustrada, com o guarda-chuva a escorrer. Só então pareceu dar pelas calças molhadas. Pôs-se a mirar os pés e, tirando o lenço, passou-o pelo peito, pelos ombros, pelas coxas. Estava regelado e, por vezes, uma dor fina atravessava-lhe a cabeça, como se a varasse um estilete.
Um soldado subia a escada, com a espada a bater nos degraus. Em cima respirou com força e tomou à direita, lento, achamboado, desaparecendo num corredor, Impaciente, Paulo ia chegando ao reposteiro. quando o homem, com uma voz gosmosa, o chamou:
— O senhor não pode entrar; espere um pouco.
— Pois não.
Afastou-se e pôs-se a passear, arrepelando os cabelos molhados, a pensar em Violante, vendo-a, acompanhando-a na fuga, pelo braço de um homem misterioso que a levava, com ânsia lasciva, os dois cobertos pela mesma capa, correndo, felizes, por entre árvores, como na gravura idílica de Paulo e Virgínia. Vagarosamente, o que fora anunciar, entreabriu o reposteiro e chamou-o: "Pode vir". Precipitou-se: quis deixar o guarda-chuva à