— Bom. Boa noite.
— Muito obrigado. Entrou, fechou a porta, exclamando: Melhor! Reaparecendo no quarto, deu logo a notícia de chofre: Felícia fugiu.
— Como? perguntou a enferma, emocionada.
— Sei lá. Foi a vizinha que bateu, porque a maluca deixou a porta escancarada.
— E agora, meu filho! - exclamou Dona Júlia de mãos postas.
— Agora o quê, mamãe?
— Que há de ser dela?
— Sei lá. Eu é que não me vou cansar por aí atrás de doidos. Foi melhor assim. Tinha de sair mesmo, se havia de ser com escândalo, à força, foi melhor assim. Acham-na, levam-na à polícia, mandam-na para o Hospício e está tudo acabado.
— Pobre coitada! - suspirou Dona Júlia e, voltando-se para Ritinha, murmurou: Filhos, vê a senhora? é o que eles fazem. Era uma criatura excelente, não imagina. Veio para aqui e, duma hora para outra, virou a cabeça. Deus tenha pena dela.
— Mas não se incomode. Que se há de fazer? Trate de descansar.
A velha revoltou-se contra a indiferença do filho.
— Ah! Paulo, tu não tens coração... Não sei a quem saíste assim.
— Hei de chorar?