de que, antes do nascer do sol, ali teria a filha, salva e pura. Paulo bem a conhecia e receava desenganá-la. Antes de chegar à sala ouviu-lhe a voz gemente:
— Então, meu filho?
Não respondeu e, quando a viu sentada em uma cadeira de vime, junto à mesa onde tinha um dos braços estirado, abatida, com os olhos roxos de pranto, fitou-a mudo deixando-se cair em uma cadeira.
— Nada...
— Nada?! Nem notícias, Paulo?
Esteve um instante a fitá-lo, desatando, depois, a chorar: um choro humilde, fraco, muito infeliz, de criança, com a cabeça pendida sobre o colo farto que estremecia sacudido pelos soluços.
Paulo, comovido, com os olhos marejados, quis dizer algumas palavras de consolação - pôs-se de pé, mas diante da mãe, cujo corpo tremia nos entrebuchos do pranto, emudeceu sem sentir as lágrimas que lhe cresciam nos olhos. Lentamente, passando a mão pelos cabelos molhados, foi caminhando cabisbaixo até a porta do quarto de Violante.
Deteve-se um momento, limpou os olhos e, tomando da mesa uma caixa de fósforos, fez luz e entrou. Sobre o lavatório de vinhático, numa palmatória de cristal, havia um coto de vela; acendeu-o.
A luz, que se foi, aos poucos, difundindo, lançou os olhos pelo interior desolado e, cruzando os braços, ficou a olhar como se estivesse diante dum cadáver.
A cama estreita, alva, com um fino