arroubo daquele luminoso espasmo.
Paulo pisava de leve como para não interromper a oração da mãe, mas bateram à porta apressadamente. Dona Júlia ergueu-se e saiu em pontas de pés, ele meteu-se no quarto, revoltado e, quando Felícia acudiu para ver quem era, entreabriu a porta e ficou à escuta, retorcendo nervosamente o buço. Era um pequeno da vizinhança que pedia o jornal emprestado.
Felícia fechou a janela enquanto ia buscar a folha e, quando tornou, disse amuadamente: "que tinha ido passar uns dias fora, no Engenho Novo, com o padrinho."
Tratava-se de Violante - era a curiosidade da vizinhança que começava a aguçar-se. Paulo estremeceu de furor e pôs-se a resmungar contra a corja e, quando a negra fechou a janela, rompeu do quarto. colérico:
— Quem é?
— É o filho da viúva, nhonhô.
— Que viúva?
— A mãe de Dona Isaura, aquela mocinha bexigosa.
— Veio para indagar?...
— Não, senhor; veio pedir o jornal. Perguntou por Nhá Violante, mas eu respondi como sinhá mandou: Que ela tinha ido passar uns dias no Engenho Novo, com o padrinho.
E foi-se pelo corredor, como a fugir à fúria do estudante que a seguia, sempre a invectivar aquela súcia de bisbilhoteiros. Dona Júlia, na sala de jantar, encostada à