Longos dias caminhou. O país era deserto, com rochas; grandes despenhadeiros. A sede levou-o a um regato, que cantava entre as pedras. Bebeu, e foi seguindo aquela água clara que fugia. Ao fim de longas marchas encontrou um rio. Colinas suaves, onde branquejavam casas, erguiam-se dos dois lados da corrente serena e muda, orlada de salgueiros. Uma ponte antiga ligava as duas margens – e tendo-a passado avistou, erguidos, recortados na manhã clara, os muros de uma cidade. Quase de repente duas portas, sob uma torre que encimava a muralha, rodaram: - e delas irrompeu uma multidão que fugia. Era gente que trazia às costas as enxergas, as bilhas de água. As crianças, chorando, agarravam-se às saias das mães; os velhos erguiam os braços,