próxima, gritos soavam; e, erguendo a face, viu uma velha esguedelhada, que da esguia janela, onde restava um pé de flor seca num vaso, chamava por socorro, torcendo os braços. Das janelas vizinhas faces pálidas espreitavam. Mais longe, prantos novos se ergueram; Cristóvão, tendo posto o cadáver no chão, olhava espantado sem compreender a dor que parecia pesar na cidade. De uma taberna. subitamente, saíram soldados bêbados, cambaleando, cantando, com as faces lívidas de uma noite de vinho e orgia. Cristóvão ia interrogá-los – quando um de repente caiu, torcendo-se num agonia. Os outros, subitamente desembriagados, fugiram. E Cristóvão acudia ao agonizante, quando ele ficou hirto, morto. Ao fundo da rua passava uma procissão em que um padre, de túnica branca, erguia um relicário que reluzia, enquanto mulheres, atrás, descalças, desgrenhadas, torciam os braços, clamando para o Céu misericórdia. Os sinos não cessavam o seu dobre a finados: e homens trazendo barricas de breu, acendiam às esquinas fogueiras que subiam ao ar, fazendo estalar o vidro das gelosias.
Um padeiro, mais pálido que uma tocha, abria a uma esquina as tábuas da sua loja. Cristóvão dirigiu-se a ele, e curvando-se, com as mãos os joelhos, perguntou-lhe que mal corria na cidade, e por que soavam tantos prantos.