achas para o ermita, que ali erguera a sua choça de rama. E adiante, num pinheiral, apesar de já luzir no alto a estrelinha da tarde, e o bom trabalhador ter fome, parou até encher o saco de uma velhinha que, tremendo, e arrimada a um bordão, apanhava agulhas e pinhas. A velha murmurou: “Deus te dê alegria em tua casa!”
Longamente ainda, ora por caminhos claros que soavam como lajes, ora sob a ramaria alta, por veredas fofas de musgo, tilintavam no silêncio e na penumbra os guizos da égua. E a noite cerrava-se, quando para além de um ponte de tabuado que tremia sobre uma torrente, seca por aquele lento agosto, o povoado apareceu entre o arvoredo do vale, com a capela branca e toda nova que o Senhor do castelo andava erguendo a S. Cosme.
O lenhador, com a sua égua, meteu por uma longa alameda de faias, atrás de um carro que chiava lentamente, carregado de mato. A estacada, que outrora cercava a aldeia, apodrecera sob os sóis, sob as chuvas, ao abandono durante longos e fartos anos de paz: e as cabanas repousavam entre os pomares, em segurança e fartura. Dos tetos, bem cobertos de colmo, seguros por lascas de lousa, subia o fumo lento e cheiroso das pinhas e agulhas ardendo com abundância nas lareiras. Em todas as cortes grunhiam porcos. Pelas quelhas mais