De novo Cristóvão correu o mundo, servindo os homens. Pelos descampados e pelos povoados, por longos Invernos, por longas Primaveras, correu o mundo, oferecendo os seus braços. Os anos tinham passado, e Cristóvão era mais velho que os mais velhos carvalhos. Os seus longos cabelos tinham embranquecido, e a sua força já não era tão forte. Mas cada dia o seu coração se enchia de uma ternura maior e mais vaga. Por vezes, sentado numa pedra, à beira de um caminho, olhava as árvores, os campos, os montes, e as simples flores silvestres, e sentia então como o desejo de apertar toda a terra contra o seu peito. Depois pensava que sobre ela viviam tantos miseráveis, tantos humildes, tantos enfermos – e era um desejo de sondar até aos últimos recantos aquele mundo,