— Entra contente na tua morada, que teu filho há de ser um grande santo!
E subitamente desapareceu. Um aroma vivo, como de incenso misturado a cravos, passou de leve no ar. E as relvas altas do prado, ondeavam, dobradas, como se as roçasse um manto de seda fina.
O bom lenhador ficara imóvel, tremendo, na sombra que se adensou, mais cerrada, sob as ramagens das faias. E mal compreendia a quem tão docemente falara aquele moço, de olhos mais claros que lumes de altar. A sua boa companheira não lhe dera ainda um filho naqueles longos anos, tão serenamente passados, desde a manhã de Natal em que por sobre a neve dura brilhando ao sol, ao fino som da rabeca que o menestrel tangia, coroada de rosas, ele a trouxera à cabana construída por suas mãos, com as madeira por suas mãos rachada. Como poderia pois, no seu lar que nenhum riso de criança alegrava, crescer, para sua glória, um grande santo?... Arrepiado, penetrou por sob a ramaria, espreitando, escutando, na esperança e no terror de surpreender ainda uma claridade, um rumor daquele mensageiro estranho, que vestia de branco como os anjos. Todo o bosque estava mudo e ermo. Então entrou na sua alma simples um grande medo de todos os seres invisíveis que, vindos de Céu, ou vindos do Inferno, de repente surgem nos caminhos