de couro, com que a boa fiandeira apertava as saias, e gritou pelo lenhador, para que ele corresse à capela, atasse o cinto na corda do sino, e repicasse nove repiques, rezando nove ave-marias. Eis de novo o bom lenhador correndo, com o cinto apertado ao peito, preciosamente: desceu aos choupais, frescos e cheios de sombra; correu ao comprido do rio, todo reluzente de sol, que uma grossa barca, com armas de um D. Abade e toda carregada de pipas, subia lentamente à sirga; galgou os lameiros, onde os gados pastavam, ao som das flautas dos pegureiros; abalou pela estrada, por diante da taberna do Galo Preto, de onde os carvoeiros da mata o chamavam, erguendo alegremente os pichéis de estanho... Ele, sem escutar, seguiu: mas teve de parar, de repente, porque dos lados da ponte, com um lampejar de armas e um brilho de sedas claras, desembocava um rica cavalgada, a caminho do castelo. Um clarim soava triunfalmente; guardas barbudos e graves traziam as lanças erguidas, ao alto; uma bandeira, no ar, desdobrava o seu grande brasão de cores estridentes; os pajens, empoeirados dos caminhos, conduziam à rédea azêmolas carregadas de pesados cofres pintados a escarlate e ouro; - e um fidalgo, moço, de barba negra, com um falcão no punho, ria de cima do seu alto corcel, coberto com um xairel de veludo azul, com um frade que cavalgava