atou o cinto de couro à corda grossa do sino: - e bem depressa, no azul cheio de sol, cantava alegremente os novos repiques devotos. Para maior segurança acendeu ainda, num altar duas velas a Santa Margarida. Depois, confiado na misericórdia do Céu, recolheu à sua cabana.
Os olhos quase se lhe enevoavam de lágrimas, quando, da azinhaga por onde ia arquejando, a avistou, sob as grandes árvores. Mas não lhe pareceu neste instante tão escura e humilde. O Sol, que batia em redor nas ramagens, tinha um desacostumado esplendor. A cruz branca, que ele pintara na porta para afugentar os demônios, reluzia, como feita de uma luz clara. Das sebes, a seu lado, saía um aroma mais doce que incenso. As grandes papoulas entre a erva, as flores silvestres, pareciam maiores, com grandes cores de festa. Regatos que não via, borbulhavam alto, com um som fresco do riso.
Ele pasmava desta beleza, que nunca vira nestes caminhos familiares. E eis que subitamente, do lado do rio, rompem, num repique festivo, os grandes sinos do Mosteiro, e do lado do castelo a sineta da capela lança também pelo azul um repique argentino. Todo o céu tinha um alegria de festa. E quando chegou à porta da sua cabana, os pinheiros em redor, movendo as altas ramas, pareciam cantar.