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(INÉDITO DA «CORRESPONDÊNCIA DE FRADIQUE MENDES»)

A EDUARDO PRADO

Meu caro Prado:

A sua tão excelente carta foi recebida no devoto dia de S. João, neste fresco refúgio de arvoredos e fontes onde estou repousando dos sombrios esplendores da Amazónia, e da fadiga das águas Atlânticas.

Não esquecerei as queijadas da Sapa; Ficalho, que aqui jantou e filosofou ontem sub tegmine fagi, recebeu das minhas mãos o exacto estudo e as estampas do seu compatriota sobre a Mucuna Glabra; os dois vasos do Rato, com a cruz de Avis, partem domingo, e Deus lhe faça abundar dentro deles, sempre renovadas e frescas, essas rosas da vida que Anacreonte promete aos justos. Tudo isto foi fácil e de amável