erguido uma tapeçaria, deixou-o numa sala, em abóbada, onde um tronco de árvore ardia sob uma alta chaminé, e lanças agudas brilhavam encostadas às paredes nuas e frias. Um galgo branco entrou correndo e pulando, e logo atrás o castelão e uma dama apareceram, com pajens que os seguiam. e um padre que trazia nas mãos um breviário. Uma túnica de veludo orlada de peles envolvia o corpo magro do Senhor, caindo sobre os sapatos pontiagudos, também orlado de peles. A barba ruiva avançava, dura e pontiaguda: o nariz era como o de um abutre: e sob o barrete de veludo, a grenha crespa, fugia para trás, como uma romeira hirta. O alto beguin da dama roçava quase o alto da porta; o seu vestido escuro arrastava nas lajes, e os olhos baixos pareciam contemplar as mãos caídas e cruzadas, mais pálidas que cera, de onde pendia um rosário. Um truão ao cada lado deles, anão e corcunda, pousava com um orgulho burlesco a mão nos grossos copos de uma espada de pau.
O pai de Cristóvão caíra de joelhos, e como Cristóvão permanecia de pé, com o seu barrete de pele debaixo do braço, ele puxava-o pelo saio para que ajoelhasse também. Os seus joelhos por fim vergaram, ressoaram nas lajes. E diante do Senhor, puxando entre os dedos os pêlos da barba dura, a dama com um sorriso tímido, e o capelão de mãos cruzadas