a ler o Menino: seu pai sorria por trás na sua grande barba: S. Joãozinho, ao lado, escutava com a mãozinha apoiada à face; e dois anjos no alto erguem a mão, param os ventos, para que nenhum ruído perturbe o Menino que aprende. Depressa o Menino aprendeu, porque eis que os velhos barbudos, de mitra, arregalam os olhos espantados do seu saber...
Cansado de ler, Alfredo parava, com o dedo entre as folhas do livro. E na face simples de Cristóvão havia tanto espanto, como nas dos doutores: o seu grosso lábio tremia. E murmurou humildemente, e já cheio de amor:
— Mas que fez o Menino?
Quem sabe? Um doce silêncio caía sobre a terra. Em Nazaré o carpinteiro aplaina a sua tábua, e S. João com os cabelos ao vento partia para o deserto. Mas já ao longe brilham as claras águas de um lago, com barcos amarrados na areia: Jesus fala devagar, erguendo o braço; e os pescadores deixam as suas redes, os semeadores esquecem a sementeira, os publicanos deixam os seus postos, os pobres saem dos cotovelos das estradas, e Jesus, seguido de todos, começa a caminhar pela Judéia. Uma incomparável doçura enche a vida dos homens. Jesus está entre eles. Os que não podiam ver, aclamam o esplendor da luz; os que não andavam, galgam, cantando, as colinas; todos os demônios se somem; os mortos desatam