precioso grão do café; e, para isso, tinha em casa um meio cento de escravos robustos. Não estranheis o caso: naquelle tempo, havia em todos os espiritos a convicção de que o suor do negro era o melhor estrume para a terra cafeeira.. . Logo cedinho, o fazendeiro sahia com a aurora para o eito, levando comsigo um precioso rebenque veneravel, — reliquia do tempo, em que, nas marchas de campanha, cavalgava ao lado dos fogosos guerrilheiros. Não havia na fazenda feitor especialmente encarregado de incutir á tropa negra o respeito da disciplina por meio do chicóte: era o proprio fazendeiro quem, nos momentos criticos, propinava aos trabalhadores rebeldes ou malandros a applicação benefica do couro crú. E agora, ouvide e pasmae! na velha prata fosca que encastoava o relho já tão conhecido das costas dos escravos, havia, artisticamente aberta a buril, esta encantadora inscripção: Viva la libertá!
Ahi tendes um caso caracteristico de feiticismo de palavra... Mas ainda, por uma nova e maior extensão do vocabulo, o feiticismo, em psychologia amorosa, ficou sendo a predilecção, que, em amor, se tem por um encanto particular da mulher, ou ainda por um objecto que pertence ou pertenceu á mulher amada. E’ frequente ouvir um namorado falar dos feitiços da sua namorada. Que feitiços são esses? são os seus olhos, a sua mão, o seu pé, o seu modo de andar, o seu modo de falar, ou um certo cacoête que ella tem. Já alguém disse que cada mulher tem um certo que, que é feito para agradar exclusivamente a certo e determinado homem. Muitos homens, antes