o seu pleno desenvolvimento: nós permanecemos rudimentares. Eles estão já acabados como a abóbora, nós embrionários como a pevide. O Português é pevide de Brasileiro!
Que somos nós? Brasileiros que o clima não deixa desabrochar. Sementes a que falta o sol. Em cada um de nós, no nosso fundo, existe, em germe, um brasileiro entaipado, afogado — que, para crescer, brotar em diamantes de peitilho, calos e prédios sarapintados de verde, só necessita embarcar e ir receber o sol dos trópicos. Cada lis-boeta, sabei-o, traz em si a larva de um brasileiro. Nós aqui vestimos cores escuras, lemos Renan, repetimos Paris, e no entanto cá dentro, fatal e indestrutível, está aboborando — um brasileiro.
Quem o não tem sentido agitar-se, como o feto no seio da mãe? — Fitais às vezes uma gravata verde com pintas escarlates? É o Brasileiro a remexer por dentro. —
Desejais inesperadamente uma boa feijoada comida em mangas de camisa? E o
Brasileiro. — Apetece-vos ir visitar a Memória do Terreiro do Paço? É o Brasileiro, lá dentro. — Lembra-vos reler uma ode de Vidal ou uma fala de Melício? É o Brasileiro!
Ele está dentro de vós, lisboetas! Ah, sabei-o! vós estais sempre no vosso estado interessante — de um Brasileiro!
E quereis uma prova? É o Verão! É o cruel Verão!