cintura para cima, vestia umas sórdidas calças que, rasgadas pelo uso, entremostravam nervudos joelhos.
— Olé! rugiu prolongadamente a fera, tão cedo por aqui!
Seguiu as palavras de um riso satânico capaz de estremecer de pavor o mais corajoso sertanejo.
Rosalina sentiu o medo invadir-lhe a alma, Branca tremia de terror. Quiseram gritar, pedir socorro mas o susto o impediu.
As pobres só esperavam a morte, encarando o algoz que lhes sorria cruel.
Nos olhares das vítimas lia-se uma súplica, nos do algoz um escárnio.
O negro como o tigre não quis sacrificar imediatamente a presa quis gozar das suas antecipadas torturas.
A crueldade encontra, não sabemos que hediondo prazer nas angústias do paciente.
O bruto, com o alfange já erguido, dirigiu-se vagaroso para Branca, e sua pequena companheira. Parou um pouco, contemplou-as com ar de mofa e avançou definitivamente.
O arvoredo copado estremeceu no alto, de indignação talvez, no momento em que o agressor suspendia a arma assassina.
O facão desceu, mas antes de tocar o alvo novo tremor abalou os ramos e uma lâmina, cintilando aos raios matutinos do sol, desprendeu-se das folhas, vindo se encravar no crânio do perverso negro e estirou-o de bruços.
Branca e Rosalina estavam salvas!
Apenas viram cair o negro a moça e a menina, sem pensar na procura do seu salvador, fugiram para casa voando que não correndo.