desses ramos podiam facilmente ver tudo, não obstante o calor que aí chegava e as lufadas de denso fumo, que por vezes se enovelavam nas folhas.

Abaixo deles formava-se uma espaçosa clareira, no meio da qual uma grande fogueira carbonizava estrepitosamente alguns troncos. As chamas intensas inundavam-na de rubros eflúvios, que transformavam os troncos vizinhos em barras de ferro em brasa e, do meio delas, subiam fagulhas luminosas que se apagavam no alto ao tocar nas folhas.

O zimbório de folhas úmidas, refletindo os infernais clarões do fogo, coroava dignamente um painel sinistro. Ao lado da fogueira viam-se dous negros, cujas faces lustrosas recebiam em cheio a sua luz, que as cobria das mais horríveis cores.

Um deles permanecia em pé, com os braços cruzados sobre o cano de uma espingarda, e olhava inalteravelmente para o outro que, assentado, revelava pelo balancear da cabeça os sinais de uma luta entre a vigília e o sono. Mais longe, como os mortos no campo de batalha, estavam estendidos outros homens nas mais variadas posições. Tinham todos o corpo envolto em capas e pareciam dormir profundamente.

O que estava de pé curvou-se e bateu brutalmente no ombro do companheiro, exclamando:

— Dormes! Se dormes, encarregado da vigília, o que farás, encarregado da vingança?

Desperta e vem fazer-me companhia.

O negro que fora tão estouvadamente despertado levantou a cabeça, perguntando, com os olhos meio fechados: