sendo o que servira de degrau guindado pelos outros. Estavam de novo livres. Com toda precaução arredaram-se do povoado. Passando por um pardieiro abandonado, distinguiram dentro dele um monte de objetos que a escuridão impedia de reconhecer. Apalparam-nos. Eram armas, roupas, mantimentos, isto é, tudo o que fora transportado da fazendola pelo subdelegado.

Feliz achado! Os fugitivos aproveitaram-se dele e bem munidos, embrenharam-se no âmago da mata virgem.

Cada um desses escravos tinha o peito cheio de ódio, de um ódio criado por longos dias de escravidão pesada, de um ódio ardente que só o sangue resfriaria. O de seu desgraçado senhor e o do feitor não lhes bastavam. Queriam mais!... E, por uma evolução efetuada insensivelmente no seu espírito, voltaram toda a sua sanha contra o subdelegado.

Julgando-o apenas culpado de algumas violências, empregadas para prendê-los, condenavam-no contudo os negros a expiar todos os excessos praticados em outros tempos contra eles pelo fazendeiro. Não haviam ainda saciado de todo o seu desejo de vingança!

Procuraram a morada do subdelegado. Acharam-na. Encetaram então uma perseguição atroz, com que feriam essa vítima enquanto esperavam um momento propício para assaltando-lhe a casa, trucidarem quem nela estivesse. Alta noute um grupo confuso de sombras surgia da floresta. Se algum raio de lua caía sobre essas sombras, reluziam ferros. Como uma coorte de serpentes avançavam arrastando-