com a cabeça pendida para trás, o sacerdote fitava um ponto do teto, onde via redemoinhando o turbilhão das sombras criadas pelo seu meditar. Na alcova do fundo achavam-se Branca e Rosalina. A jovem, debruçada sobre a cabeceira do berço do filhinho, contemplava com amor a criança adormecida, cujo bafejo tépido vinha-lhe até o rosto. Rosalina, com a cabeça descansada sobre o ombro de Branca, olhava distraidamente para as roseiras. Através da vidraça, os arbustos mostravam-lhe algumas belas flores, que um último chuveiro deixara aljofaradas de diamantinas gotas...
As horas corriam, cousa alguma, porém, indicava aproximação de inimigos...
Eustáquio foi o primeiro que se moveu. Ergueu-se do lugar que ocupava e aproximou-se de uma janela. Olhou por cima da paliçada para a montanha e depois, voltando-se para o padre Jorge, disse:
— Parece-me que os meus inimigos adivinharam que me preparei para recebê-los... Estão se demorando tanto... Teriam eles mudado de resolução?
O padre não deu resposta, mas, fazendo um movimento como quem é bruscamente despertado, endireitou-se e por sua vez falou:
— Eustáquio, nunca me disseste quem são os indivíduos que te perseguem há tanto tempo... Porventura não os conheces?
— É verdade... porque não os conhecia, agora porém...
— Ouvi-me.
"Como bem vos lembrais, quando eu ainda era