pegar as rédeas, ouviram em silêncio essa exclamação desesperada, e pela contração dos supercílios do comendador tremeram involuntariamente.
Depois subiu para a varanda, e logo uma multidão de escravos se lhe veio aproximando; mas ele, erguendo a voz imperiosa, perguntou: – Onde está o padre F.?
— Saiu ainda há pouco, meu senhor – animou-se a responder o menos tímido entre os que ali estavam.
— Saiu? – interrogou Fernando, enrugando a testa. – Para onde foi?
— Ignoro-o, meu senhor – tornou o mesmo escravo com voz convulsa pelo medo. – E creio que o mesmo acontece aos mais parceiros. Tomou a sua mula azeitonada, e há pouco o vimos desaparecer pela estrada do cemitério.
Os negros acabavam apenas de tirar a sela ao cavalo fatigado, quando o comendador, descendo de um salto as escadas, foi-lhes golpeando com o chicotinho que trazia, e gritando:
— Eia, que fazem, animais! Outro cavalo imediatamente selado. E os meus dois pajens, que me sigam.
Os míseros escravos gemeram de ódio e de dor; mas nem a mais leve exprobração, nem um sinal de justa indignação se lhes pintou no rosto. Eram escravos, estavam sujeitos aos caprichos de seu bárbaro senhor.
E a ordem era tão peremptória, que um outro cavalo apareceu como por encanto arreado, e os dois pajens montados em suas cavalgaduras.
Fernando P. montou e impaciente cravou as esporas nos flancos do animal, e os negros o imitaram. A carreira era rápida, e nada os podia conter. Fernando pensava