vossa sobrinha! A filha!...
— Basta – bradou imperiosamente o comendador. – Susana, venha Susana.
Fernando P. pensara que o padre lhe ia lembrar o seu crime, e impôs-lhe silêncio.
Ao reclamo, dois negros entraram conduzindo a velha, cujos cabelos alvejavam como o cume dos Andes e cujos olhos exprimiam sublime resignação.
Ao vê-la, o comendador rugiu como um tigre, os olhos injetaram-se-lhe de sangue, e as artérias entumecidas ameaçavam arrebentar: seu semblante tornou-se roxo de ódio, e a fisionomia era medonha, e horripilante.
— Para onde foi Úrsula? – interrogou com voz que horrorizava – Para onde foi Úrsula? Fala, ou prepara-te para morrer sob o azorrague.
— Não sei, meu senhor, – respondeu humildemente a velha – disse-me que vinha orar ao cemitério.
— Não sabes dela?! Queres arrostar comigo?... – e os olhos desferiram chamas de raiva, que gelavam de terror.
— Foste sua cúmplice, hás de pagar-mo.
— Em nome do céu! – exclamou a mísera, atormentada por tão sinistras ameaças: – que sei eu?
— Cala-te, atrevida, ou ao menos modifica o teu crime, revelando-me o nome do homem que ma roubou.
— Ah! Meu senhor... – tornou a mísera africana, – ela saiu só.
— Pois bem! Confessarás à força de tormentos o que é feito dela, e qual o nome do seu sedutor.
Julgas que o ignoro?