queixosa frases que não foram compreendidas.

— Eu a vi! – exclamou, erguendo a voz, num transporte de satisfação – Vi-a, era bela como a rosa a desabrochar, e em sua pureza semelhava-se a açucena cândida e vaporosa! E eu amei-a!... Maldição!... Não... nunca a amei... E calou-se.

Depois um gemido lhe veio do coração; cobriu os olhos com as mãos ambas, e repetiu:

— Oh! Não, nunca a amei!...

Seguiram-se palavras entrecortadas, gemidos e gesticulações desordenadas para ao depois cair em inércia.

Era o delírio assustador que se manifestava!...

Túlio observava-o com angústia: as dores do mancebo sentia-as ele no coração.

A lua ia já alta na azulada abóbada, prateando o cume das árvores, e a superfície da terra e, apesar disso, Úrsula, a mimosa filha de Luísa B., a flor daquelas solidões, não adormecera um instante. É que agora esse anjo de sublime doçura repartia com seu hóspede os diuturnos cuidados que dava a sua mãe enferma; e assim, duplicadas as suas ocupações, sentia fugir-lhe nessa noite o sono.

Bela como o primeiro raio de esperança, transpunha ela a essa hora mágica da noite o lumiar da porta, em cuja câmara debatia-se entre dores e violenta febre o pobre enfermo.

Era ela tão caridosa... Tão bela... E tanta compaixão lhe inspirava o sofrimento alheio, que lágrimas de tristeza e de sincero pesar se lhe escaparam dos olhos, negros, formosos, e melancólicos. Úrsula, com a timidez da corsa, vinha desempenhar à cabeceira desse