e como que exausto de vontade, atravessando porção de um majestoso campo, que se dilata nas planuras de uma das nossas melhores e mais ricas províncias do Norte, deixava-se levar ao través dele por um alvo e indolente ginete. Longo devia ser o espaço que havia percorrido; porque o pobre animal, desalentado, mal cadenciava os pesados passos.
Abstrato, ou como que mergulhado em penosa e profunda meditação, o cavaleiro prosseguia sem notar a extrema prostração do animal ou então fazia semblante de a não reparar; porque lhe não excitava os nobres estímulos. Dir-se-ia ter já concluído sua longa jornada.
Mas quem sabe?!... Talvez uma ideia única, uma recordação pungente, funda, amarga como a desesperação de um amor traído, lhe absorvesse nessa hora todos os pensamentos. Talvez. Porque não havia o menor sinal de que observasse o espetáculo que o circundava.
Que intensa agonia, ou que dor íntima que lhe iria lá pelos abismos da alma?! Só Deus sabe!
Prosseguia em tanto a marcha, e sempre abstrato, sempre vagaroso. Curvada a fronte sobre o peito, o mancebo meditava profundamente, e grande, e poderoso devia ser o objeto de seu aturado meditar. Arfava-lhe o peito sobre o qual descansava essa fronte acabrunhada, que parecia tão nobre e altiva? Quem o poderia dizer ao certo?
O mancebo ocultava parte de suas formas num amplo capote de lã, cujas dobras apenas descobriam-lhe as mãos cuidadosamente calçadas com luvas de camurça. Numa destas mãos o jovem cavaleiro reclinara a face pálida e melancólica,