que desesperada, abandonada já de forças, caiu quase que completamente desmaiada nos braços de Úrsula, que lhe bradava:
— Minha mãe... Minha mãe!...
E o mancebo arrependeu-se de não se haver exprimido de outra maneira, e pediu ao céu um momento de vida para aquela infeliz mulher, cuja delicadeza, involuntariamente ele acabava de ofender, para convencê-la da pureza dos seus sentimentos.
E Deus o escutou, porque aos esforços da donzela, ao acento de sua voz meiga e doce a pobre mãe abriu os olhos, e fitando a filha com redobrado amor lhe disse:
— Oh! Minha Úrsula!... Este homem...
— Puro é o seu amor, minha pobre mãe! – animou-se a dizer a moça, rubra de pejo – é o esposo que meu coração tem escolhido.
— Ele? – perguntou-lhe angustiada a receosa mãe conchegando-se a si. – Ele? E sabes tu quem seja?
Então o jovem cavaleiro erguendo-se com dignidade, exclamou:
— Senhora, eu sou Tancredo de ***
— Tancredo de ***! – exclamaram ao mesmo tempo mãe e filha; e depois um profundo silêncio reinou na câmara.
Então uma viva palidez tingiu as faces avermelhadas da pobre Úrsula, que na sua ingenuidade nunca tinha indagado do nobre cavaleiro o seu sobrenome. Sabia de seu nome, que era Tancredo, e esse lhe bastou; seu nascimento, sua posição social, não lhe lembraram ao menos. Ela amou o mancebo desconhecido, seu amor era por tanto desinteressado, mas agora que um nome ilustre lhe soara aos ouvidos, agora que ela acabava de reconhecer