Como? Não sei o que quer dizer. ERNESTO – Quero dizer que não há moças no Rio de Janeiro. JÚLIA – E eu o que sou? ERNESTO – Pior é esta! Não falo dos presentes. JÚLIA – Bem; mas explique-se. ERNESTO – No Rio de Janeiro, prima, há balões, crinolinas, chapéus à pastora, bonecas cheias de arames, tudo o que a Sra. quiser; porém, moças, não; não posso admitir. Ignoro que haja no mundo uma degeneração da raça humana que tenha a cabeça mais larga do que os ombros; que carregue uma concha enorme como certos caramujos; que apresente enfim a forma de um cinco. JÚLIA – De um cinco? Que esquisitice é esta? ERNESTO – É a verdade. Olhe uma moça de perfil, e verá um cinco perfeito. O corpo é a haste fina, o balão é a volta, e o chapéu arrebitado é o corte. (Apontando para o espelho fronteiro) Olhe! Lá está um. JÚLIA (voltando-